terça-feira, 24 de março de 2015

About my wedding - cólica renal 2 dias antes do casamento




Quando eu esperava, nos dois dias antes do casamento, estar a tratar dos últimos preparativos (com calma) e a fazer o meu repouso de beleza, para estar bonita e radiante para o grande dia, uma "pedrinha" (que eu nem sabia que tinha), supostamente a habitar  nos meus rins, decidiu dar o ar da sua graça.

Na quinta-feira (2 dias antes do casamento) e enquanto tínhamos os nossos pais, irmãs, cunhados, sobrinhos e um casal de amigos na nossa casa a fazer a "cama dos noivos" comecei a sentir uma dor no lado direito das costas. Pensei que não era nada demais e por isso apenas comentei com o R. "Tenho uma dor forte neste lado das costas". Esperei uns minutinhos (poucos) a ver se a dor ia embora ou se acalmava. Mas não. A dor não só não foi embora como piorou.

Assim, depois de ter o pessoal todo a olhar para mim a pensar que era maluca ou que tinha bebido alguma coisa (sim, a minha sogra pensou que poderia ter alguma coisa a ver com uma cerveja que eu tinha bebido), porque 5 minutos antes estava a rir e 5 minutos depois a chorar por causa das dores (acho que era mais a gritar), decidi (ou alguém decidiu por mim) que deveria ir para o hospital.

No hospital suspeitaram de cólica renal. Deram-me medicação endovenosa (pelos vistos muito forte) para as dores acalmarem o que me fez apagar por completo e fez a minha irmã pensar que tinha ido desta para melhor. Mas as dores não acalmaram. Aliás, pioraram no sentido que, por causa da medicação forte, naquele momento tinha passado também a querer vomitar de minuto a minuto (para não ser exagerada).

As análises de sangue não acusaram cólica renal nem outra coisa qualquer. Pelos vistos estava tudo bem comigo (as dores deviam ser mesmo da cerveja que tinha bebido). Portanto, o médico disse que podia ser alguma inflamação muscular e mandou-me para casa medicada para tal.

No dia seguinte (véspera do casamento) acordei cheia de dores e com a mesma vontade de vomitar (de minuto a minuto). Tinha a esteticista marcada e não podia faltar. Assim, mesmo naquele estado, fui arranjar as sobrancelhas. Entre tirar um pelo e ir a casa de banho vomitar lá consegui arranjar as sobrancelhas.

À tarde, e por não estar nada melhor, por insistência da minha irmã (já achando que eu não iria conseguir casar no dia seguinte naquele estado), fui à clínica. A médica suspeitou igualmente de cólica renal. Deu-me medicação endovenosa para acalmar as dores e para não vomitar. Não melhorei. Continuei com dores (ainda que mais fracas) e com uma enorme vontade de vomitar (de minuto a minuto ainda).  Por volta das 19h00, a médica, não vendo melhoras no meu estado e acho que interiormente pensando que eu não iria conseguir casar no dia seguinte,  mandou-me para o hospital para fazer uma TAC, para ver se detetavam alguma coisa a fim de me puderem ajudar.

Por volta das 19h30 cheguei ao hospital, onde uma das médicas já estava à minha espera (avisada pela médica da clínica). Primeira coisa que ouvi dessa médica, mal me viu entrar e sem me fazer qualquer tipo de exame: "Vai ter de adiar o casamento". Segunda coisa que ouvi, vindo da boca da minha irmã: "A minha irmã vai casar nem que seja de maca ou de cadeira de rodas."

Entre as dores, o vomitar, o chorar (por começar a achar que definitivamente não iria conseguir casar no dia seguinte, visto que mal me aguentava de pé), o receber (outra vez) medicação e a troca de palavras entre a minha irmã e a médica (que de simpática não tinha nada) fui chamada e levada para fazer a TAC (graças à minha irmã, caso contrário estaria no hospital a aguardar com dores e a vomitar).

A TAC confirmou a cólica renal. Tinha uma maldita "pedrinha" a passear no meu sistema urinário nas vésperas do meu casamento. Boas notícias: A pedra já tinha passado pelo canal mais estreito e portanto as dores iriam acalmar. Más notícias: a pedra iria ser eliminada na urina, sem data prevista, e esta parte poderia ser também muito dolorosa.

Por volta das 22h30 tinha começado a melhorar das dores e dos vómitos. A médica mandou-me para casa com medicação, com a indicação de que não poderia beber água (para a pedra não sair no dia do casamento) e com a indicação de que no dia seguinte (dia do meu casamento) teria de ir ao hospital antes das 09h00 da manhã para levar uma injeção para prevenir dores fortes e conseguir desfrutar do meu dia de casamento.

No dia do casamento acordei bem, sem vómitos, apenas com uma ligeira dor nas costas e com uma dorzinha na bexiga ao urinar (o facto de não estar a beber água ajudou para que isto tivesse acontecido - algo que já se esperava que acontecesse e por isso já estar preparada com medicação para tal).  Antes de ir para o cabeleireiro, fui levar a injeção ao hospital (já lá estavam à espera da "famosa noiva" - sim toda a gente conhecia a noiva naquele hospital) tal como havia sido combinado na véspera.

O dia do casamento, no que diz respeito ao meu estado de saúde, foi passado sem dores e sem vómitos (ainda que tenha comido quase nada). No entanto, tive as horas contadas, e como a Cinderela que às doze badaladas teve de voltar para casa, eu tive as horas contadas para passar o efeito da injeção e, por volta da 1h00 da manhã, comecei a sentir outra vez dores (ainda que muito fracas) que pioraram na manhã seguinte.  Passei o primeiro dia de casada, no hotel, cheia de dores e a vomitar. Felizmente, no outro dia (segunda-feira), dia que viajamos para a lua-de-mel, acordei bem, com dores quase nenhumas e bem-disposta. Até hoje as dores não se repetiram.

Como dizia uma médica que estava no hospital e que veio ter comigo às gargalhadas (enquanto eu vomitava e chorava por causa das dores): "Quem foi a sacana da pessoa que lhe pregou esta praga?". Também eu pergunto "Quem foi a sacana da pessoa que me pregou tal praga?" J

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