quinta-feira, 4 de setembro de 2014

About my wedding - O vestido de noiva - parte 2



Quando comecei à procura do meu vestido de noiva haviam duas coisas que tinha a certeza que não queria: não queria vestidos modelo princesa e não queria decotes cai-cai.

A primeira loja que fui experimentar vestidos disse-lhes a minha preferência por vestidos com corte sereia, mas a senhora que me atendeu sugeriu-me experimentar todos os modelos (princesa, sereia, linha A, trompete...) para eu ver como me assentavam e só depois decidir realmente qual o modelo que eu mais gostava de me ver. Confirmou-se que, definitivamente, eram os vestidos modelo sereia que eu mais gostava.

Na ilha onde vivo, tive imensa dificuldade para encontrar vestidos com corte sereia disponíveis para serem experimentados (na maioria dos casos não tinham muita variedade de vestidos disponíveis em loja para vermos, tocarmos e experimentarmos). A prática comum nas lojas que fui era: mostrar catálogos de noiva e, no caso de gostar de um vestido em especial,  mandar buscá-lo (comprá-lo), mesmo sem nunca o ter visto pessoalmente e experimentado. Numa das lojas que fui, as senhoras (dona da loja e as suas funcionárias) disseram-me que a maioria das “suas” noivas comprava o vestido de noiva através do catálogo, sem nunca o terem experimentado ou visto pessoalmente. Garantiram-me (quase que juraram de pés juntos) que nunca tinha acontecido uma noiva não gostar do vestido que comprou através do catálogo e que, com toda a certeza,  eu não iria ser a primeira noiva a acontecer isso (como se eu não me conhecesse). Nessa loja, ao ver o catálogo da MGNW (Madeline Gardner New York) 2014, encontrei um vestido que gostei muito: era modelo sereia, o decote não era cai-cai e tinha alguns (achava eu) pormenores de renda (o que o tornava romântico). No entanto, esse vestido não estava disponível em loja para ser experimentado e a única solução que tinha era mandar buscá-lo (comprá-lo) mesmo sem saber como me iria assentar. Para mim, estava fora de questão comprar o meu vestido de noiva sem nunca o ter visto pessoalmente e sem nunca o ter experimentado (embora me tenham tentado convencer que não me iria arrepender se o fizesse). Portanto, nesse dia, quando cheguei a casa, fui pesquisar (na internet) onde havia aquele vestido à venda, para poder experimentá-lo. A única loja que tinha esse vestido disponível para ser experimentado era em Setúbal e lá, esse mesmo vestido, custava menos 1200€ (sim, MENOS 1200€).

Assim, marquei viagem (juntamente com a minha mãe, irmã, cunhado e sobrinho), vi na internet os sites das lojas de noiva em Lisboa e arredores, telefonei a perguntar se tinham os vestidos, que tinha gostado nos sites, disponíveis para serem experimentados e os respectivo preços, fiz marcações nas lojas (inclusive na loja que tinha o vestido MGNY que tinha visto e gostado no catálogo), e rumei a Lisboa com a minha família para comprar o meu vestido de noiva!

Ao chegar a Lisboa apaixonei-me pelo 3º vestido que experimentei, na primeira loja que fui. No entanto, mesmo depois de, no meu coração, já ter escolhido o meu vestido de noiva, não querer ver mais vestidos, por achar que não gostaria de mais algum e para descarte de consciência, fui à loja em Setúbal para experimentar o MGNY que tinha visto no catálogo e que tinha gostado muito. Quando lá cheguei e deparei-me com o vestido nem sequer o queria experimentar. Não gostei. Achei que tinha demasiada renda (quando no catálogo parecia apenas uns pormenores) e lantejoulas em excesso (quando no catálogo não parecia que tinha lantejoulas), para além de ter detestado a forma como me assentava. Naquele momento, e enquanto me olhava ao espelho, passou-me imensas coisas pela cabeça, uma das quais apertar o pescoço às senhoras que quase me fizeram (se eu não tivesse a ideia fixa de que não iria comprar o meu vestido de noiva sem o ter experimentado) comprar aquele vestido através do catálogo sem nunca o ter visto pessoalmente e experimentado. Escusado será dizer que saí dali diretamente para a loja onde comprei o meu vestido de noiva (o tal que me havia apaixonado e que, no meu coração, já estava escolhido).

Portanto, e imaginando que me estão a ler:
Senhoras da loja que me garantiram, e que quase me juraram de pés juntos, que nunca tinha acontecido uma noiva não gostar do vestido que mandou buscar através do catálogo e que tal também não me iria acontecer: eu iria ser a primeira!!! A imagem não correspondia à realidade! Não acredito que nunca tenha acontecido a outra noiva! É possível mandar buscar um vestido pelo catálogo e não gostar dele nem da forma como nos assenta (pelo menos quero crer que não sou única no mundo). Vocês minhas senhoras são uma sonsas que só querem vender (isto para não falar que os preços são exageradamente inflacionados, com variações acima dos 100%). Sonsas, sonsas, sonsas! Não se pode garantir e quase jurar de pés juntos uma coisa assim para uma ocasião tão especial (o nosso casamento). Todos somos diferentes e o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para a outra!

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